Processamento gráfico DSO - capítulo I

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 Processamento gráfico DSO - capítulo I

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A técnica de processamento de uma foto sempre sofre alterações conforme a experiencia e novas informações obtidas ao longo do tempo.
Atualmente estou empregando o procedimento abaixo:

1. Conversão de Autosave.tif 32 bits do DSS para 16 bits Photoshop:

Não alterei em muito. Apenas dei mais atenção à saturação para melhora de cores e parametrização de radius e threshold para melhorar a borda de estrelas.
Neste exemplo foram utilizados os melhores FWHM frames com Skyglow e UHC filter . Foi dado somente +15 de saturação por causa do uso de frames com UHC.

Wide field do Autosave.tif



Detalhe da nebulosa Autosave.tif



Convertendo para 16 bits com método Local Adaptation (HDR curve) foi utilizado radius 5 px e threshold 1,0 que apesar de suprimir alguns detalhes da nebulosa melhoram a nitidez da forma das estrelas.
A escolha destes valores depende do alvo e do objetivo. Radius com 1 px trará mais detalhes e com eles mais ruídos de fundo. Neste exemplo o frame matriz não traz muitos detalhes da nebulosa, portanto optei por melhorar a aparência das estrelas.



2. Ajustando o histograma após a conversão:

Este é um novo procedimento atualmente utilizado. Objetiva balancear e equilibrar a presença de cores dependendo do alvo.
A Canon T3 traz o histograma com um pico muito alto e a curva muito estreita. A presença da cor branca das estrelas necessita de um bom equilíbrio entre as corres.

Histograma logo após a conversão:



Histograma após ajuste:
Para verde foi atribuido valor 5 e para azul o valor 3. O maior valor para verde se deve ao fato de que ele contribui em muito para informação de luminancia. Atentemos para o fato que a matriz bayer possui 2 x mais pixels verdes do que que vermelho e azul.



Após, um ajuste geral de Level objetivando aumentar a largura do histograma mantendo o nível de ruído e forma das estrelas.

Um comparativo do ajuste vendo o fundo e as estrelas:

com ajuste



como seria sem o ajuste - preview desativado



E o resultado na área da nebulosa:



No exemplo a alteração só é bem percebida no histograma, já que a imagem matriz não possui muitos detalhes da nebulosa.

3. Aprimoramento da foto:

Percebemos que a nebulosa possui duas áreas com cores diferenciadas: uma interna, mais azulada; outra externa, mais avermelhada. Buscando imagens mais elaboradas, tipo Hubble, desta nebulosa percebemos que isto procede.

Então iremos dar um realce nas cores destas áreas. E para isto podemos utilizar dois procedimentos para não "sujar" as estrelas internas. Uma seria criar uma star mask no DSS, outra seria efetuar uma elaborada seleção da área alvo a ser trabalhada.
Ou até mesmo o conjunto dois procedimentos acima: star mask e bem selecionada a área de trabalho.

Tentando pelo método mais simples, com a ferramenta Magic Wand Tool, percebo que consigo uma boa seleção.



E para que haja um gradiente progressivo entre a periferia da seleção e o interior da seleção, eu modifico a seleção aumentando-a em 4 pixels e atribuindo um feather de também 4 pixels.

Com esta operação eu perdi a isenção das estrelas. Elas passaram a integrar a área selecionada. Aqui a star mask ajudaria a evitar que estas estrelas sejam atingidas pela correção de cor que farei. Como eu não tenho esta máscara, eu vou excluir as estrelas desta seleção.
Por facilidade vou transformar esta seleção em uma máscara. E vou pintar de preto as estrelas que não quero "sujar".

nota: eu gosto muito de trabalhar com imagem duplicada, pois se algo sai errado eu não perco o original. Daí eu sempre duplico os layers



Eis a máscara da seleção antes de ter a região das estrelas pintadas de preto: exluídas da área permitida.



E a máscar com as áreas das estrelas excluídas



nota: é bem mais trabalhoso esta pintura estrela por estrela. Porém tem a vantagem de poder ser mais precisa já que temos opção de alterar o diâmetro do brush tool para se adequar ao tamanho da estrela.

Para o realce da cor eu tenho dois procedimentos diferentes:
a) uso de selective color
b) uso de curva

Para avaliar qual das opções melhor se adequa eu duplico o layer e aplico os diferentes métodos. E avalio qual deles melhor se apresenta.

método selective color:



método curva:



No exemplo eu achei que o método curva deu a coloração adequada, similar ao selective color, porém manteve mais integro o contraste de relevo de nuvens. Daí preferi o método curva.

Para não perder o trabalho até agora feito eu duplico a imagem. Salvo com os layers o trabalho atual. E efetuo o flaten no duplicado, que se tornará o meu arquivo de trabalho atual.

Para realce da cor vermelha da nebulosa percebemos que temos duas graduações. Uma pouca intensa e outra mais intensa.

Faremos uma seleção da área menos intensa para um tratamento mais suave e diferenciado. Esta seleção envolve um pouco da área de fronteira com a área azul recém trabalhada. Por isso somente atribuiremos modificação de feather nesta seleção, no caso com valor 8. E faremos a obstrução das estrelas que ficaram no seu interior.





Feito a correção de vermelho, verifico que há um pouco de interferencia nas bordas do azulado interior.



Posso amenizar esta interferencia diretamente na mascara, pintando suavemente a região fronteiriça de preto (pouca opacidade).



Flaten imagem, duplico layer e ajusto um pouco o level geral (8) e contraste (+20) para escurecer o fundo e ressaltar a nebulosa.



Um leve smart sharpen geral



Um novo smart sharpen com mascara para acentuar relevos da nebulosa: 20% e radius 10 pixels.



nota: observar que áreas da mascara foram pintadas com opacidade 100% e áreas mais brandas com 80%.

Para efeito de um close up da nebulosa eu diria que o tratamento está pronto. Lógico que mais tempo e mais paciência poderiam aprimorar a qualidade.

Faço um corte da área da nebulosa, com a resolução original da Canon. Aplico uma suave redução de ruido para dar uma aparencia mais smooth ao fundo.



Ajuste geral de level, e mais um leve smart sharp geral (8% radius 4 px). Convetido para JPG temos:



Para publicação em wide field verificamos que a redução de tamanho, de 4290 x 2856 pixels para 900 x 599 pixels, provoca um destaque muito forte das estrelas. Para amenizar esta aparência aplico o filtro Minimum com 1 pixel e reduzi sua intensidade de ação para 50 % antes de efetuarmos a redução de tamanho.




 
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