Duas galáxias satélites têm destaque e são mais conhecidas:
• Grande Nuvem de Magalhães: LMC
• Pequena Nuvem de Magalhães: SMC
A LMC tem uma história de formação estelar diferente da Via Láctea e as propriedades químicas de suas estrelas são diferentes.
Entretanto a Via Láctea possui 24 outras galáxias satélites, dentre elas:
• Boötes - descoberta em 2006, com uma luminosidade total de 100.000 sóis, e uma magnitude absoluta de -5,8. Situa-se de cerca de 197.000 anos-luz de distância, na constelação de Boötes
• Canes Venatici - uma das mais distantes galáxias satélites da Via Láctea, descoberta em 2006, esferoidal, na constelação de Canes Venatici, situada cerca de 720.000 anos-luz, com população velha de estrelas pobres em metais.
• Cão Maior - galáxia mais próxima da nossa, distante de 42.000 anos-luz do centro galáctico e cerca de 25.000 anos-luz do sistema solar (mais próxima que a Galáxia Anã Elíptica de Sagitário), forma elíptica irregular, com menos de 1% do total de estrelas da Via Láctea. Sob forte ação das forças de maré da Via Láctea, tem seu centro extremamente degradado e há um longo filamento de estrelas atrás dela, formando uma estrutura de anel (por vezes chamado de o "Anel do Unicórnio"), que faz três voltas em torno de nossa galáxia. Descoberta em 2003
• Carina - distante em 330.000 anos-luz da Terra, esferoidal, muito tênue mag. 11,3, na constelação de Carina. Descoberta em 1977.
• Draco - distante de 260.000 anos-luz da Terra, muito tênue, descoberta em 1954
• Escultor - distante de 290.000 anos-luz do Sistema Solar, eferoidal, descoberta em 1938
• Fênix - distante de 1,44 milhões de anos-luz da Terra, descoberta em 1976
• Fornax - distante de 460.000 anos-luz da Terra, descoberta em 1938, possui seis aglomerados globulares orbitando-a, e o mais brilhante dentre eles, NGC 1049, formato elíptico e de tamanho maior que as outras. Estima-se que 90% da galáxia é constituída de matéria escura.
• Leo I - um das mais distantes galáxias satélites da Via Láctea, descoberta em 1990, próxima a estrela Regulus (alfa - Leonis), esferoidal e sem rotação.
• Leo II - um das mais distantes galáxias satélites da Via Láctea, descoberta em 1950, esferoidal, distante de 690.000 anos-luz.
• Elíptica de Sagitário - distante de 70.000 anos-luz da Terra, descoberta em 1994, bastante consumida pela Via Láctea, perdendo seus aglomerados M54 (provável núcleo galático), Arp 2, Terzan 7 e Terzan 8. Não deve ser confundida com a SagDIG, Galáxia Anã Irregular de Sagitário, uma pequena galáxia distante 4 milhões de anos-luz.
• Segue 1 - poucas estrelas visíveis, mas é muito densa em matéria escura, de modo que a sua gravidade é de aproximadamente 1.000 vezes mais forte que a sua luminosidade poderia sugerir
• Esferoidal de Sextans - descoberta em 1990, esferoidal elíptica
• Ursa Maior I - esferoidal, descoberta em 2005, distante de 330.000 anos-luz da Terra.
• Ursa Maior II - distante de 97.800 anos-luz da Terra, descoberta em 2006
• Ursa Menor - formato elíptico, descoberta em 1954
• Willman 1 - distante de 120.000 anos-luz, classificada como galáxia em 2006, pairando dúvidas sobre ser um grande aglomerado globular ou uma galáxia anã de massa ultra-baixa.
nota: com esta interpretação talvez Omega Centauro também possa ser considerado como núcleo de uma galáxia anã já capturada. Distante de 15.800 anos-luz, orbita a Via Láctea e possui indícios da presença de um buraco negro de massa intermediária em seu centro.
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Na busca por informações sobre a SMC percebo que sempre se aborda o conjunto LMC e SMC. E sempre com destaque maior para LMC.
Algumas informações chamaram-me atenção:
1. As galáxias LMC e SMC são maiores que a média das galáxias no Universo. Andromeda e Via Láctea são consideradas galáxias gigantes.
2. LMC e SMC possuem metalicidade muito pequena. 60 % e 30 % da Via Lactea, respectivamente. Metalicidade seria qualquer coisa mais pesado que hidrogênio e hélio. E apresentam uma taxa de nascimento de estrelas bem mais lenta que a Via Láctea. Embora possuam estrelas novas e velhas, induzindo a idéia de que a produção de estrelas vem se dando há bastante tempo. Entretanto, atualmente estariam em fase de alta produção de estrelas.
3. Ambas sofreram, sofrem, exerceram e exercem uma interação gravitacional muito forte com a Via Láctea. Causando-lhes distorções e criando distorções na periferia da Via Láctea.
4. Devido a grande quantidade de hidrogeneo nestas galáxias e sua periferia, identificou-se uma certa conexão entre elas, e entre elas e a Via Láctea, por filetes e bolsões de nuvens de hidrogeneo. Há quem suponha que SMC é parte fragmentada da LMC devido a uma possível colisão entre a LMC e Via Láctea.
5. SMC seria comprida, com formato cilindrico curvado. Sua ponta mais próxima estaria distante em 170 mil anos luz e a ponta mais afastada em 230 mil anos luz, e possui diametro de 15 mil anos luz com 60 mil anos luz de comprimento: um pouco mais que a metade das dimensões da Via Láctea !
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Algumas novas informações tornam as duas Nuvens em uma intrigante realidade.
1. LMC e SMC orbitam entre si, além de orbitarem a Via Láctea
2. A LMC distanciaria de 180 mil anos luz e SMC de 150 mil anos luz, e devido a constante referencia a quantidade imensa de gás hidrogênio em seus interiores e exteriores, há uma conexão entre elas por filete de gas hidrogênio, e nesta região, entre as Nuvens, existiriam em torno de 120 mil estrelas com idade de 100 milhões de anos ( O Sol seria 50 vezes mais velho), se estendendo como uma ponte entre as Nuvens.
3. O cálculo da distancia de objetos no céu se iniciou com o estudo de estrelas variáveis cefeida na Pequena Nuvem de Magalhães, efetuado em 1912 pela astronoma americana Henrietta Leavitt. A LMC proporcionou um novo entendimento sobre as Supernovas, com o evento de explosão de uma gigante azul (imaginava-se que isto só aconteceria com estrelas velhas e vermelhas) no ano de 1987: SN 1987 A
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1. O primeiro relato sobre a presença desta Nuvens foi identificado como sendo de um astrônomo persa Abd al-Rahman al-Sufi, no meio do século 10. Bem antes da sua divulgação e popularização por Fernando Magalhães.
2. A formação de estrelas nas Nuvens diferem um pouco da formação de estrelas na Via Láctea, devido ao fato da pouca metalicidade (ausência de elementos diferentes de Hidrogênio e Hélio).
Esta informação, muito repetida, faz-me imaginar que as Nuvens estariam num estágio de evolução galática bem mais jovem que a Via Láctea. O que não quer dizer que elas sejam galáxias com idade mais nova.
Elementos mais pesados que o Helio e Hidrogênio são formados com a evolução das estrelas, suas explosões em Nova e SuperNova.
A baixa presença destes elementos nas Nuvens induz-me a ideia de que estas ocorrências foram escassas.
3. Alguns textos se referem a uma maior atividade na formação de estrelas, principalmente na região de Tarantula - LMC e aglomerado NGC 602 - corredor conectando as duas Nuvens. Imagino que este despertar de atividade de criação talvez esteja vinculada a interação gravitacional com a Via Láctea.
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"As Nuvens de Magalhães podem não ser companheiras de verdade da Via Láctea," diz Kallivayalil. "Talvez elas sejam apenas viajantes passando pela vizinhança."
Bibliografia: Is the SMC Bound to the LMC? The Hubble Space Telescope Proper Motion of the SMC
Nitya Kallivayalil, Charles Alcock, Roeland P. van der Marel
The Astrophysical Journal
Vol.: Volume 652, pages 1213-1229
DOI: 10.1086/508014
"Nós descobrimos que as velocidades da Pequena e da Grande Nuvem de Magalhães são inesperadamente grandes - quase duas vezes o que se acreditava até agora," diz a pesquisadora Nitya Kallivayalil.
Utilizaram o Telescópio Espacial Hubble para fazer as medições, uma separada da outra por dois anos. Combinando as velocidades radial e angular, eles descobriram que a Grande Nuvem de Magalhães viaja pelo espaço a 378 km por segundo, enquanto a Pequena Nuvem de Magalhães tem uma velocidade de 302 km por segundo.
Segundo eles, há duas explicações possíveis para essas altas velocidades:
1) A massa da Via Láctea é maior do que se acreditava anteriormente. Se as Nuvens são gravitacionalmente ligadas à nossa galáxia, então a Via Láctea deve ser muito mais massiva do que os dados anteriores sugerem. O excesso de massa poderia puxar as Nuvens, mantendo-as na vizinhança.
2) As Nuvens de Magalhães não são gravitacionalmente ligadas à Via Láctea. Se os cálculos anteriores da massa da nossa galáxia estiverem corretos, então sua massa não é suficiente para manter as Nuvens em nossa proximidade.
Particularmente eu acho muito esquisito esta informação.
Vejamos o caso da galáxia Andrômeda, com velocidade de 300 km/s e embora mais larga, não é mais maciça. Sua massa de aproximadamente 7.1×10 11 é menor do que a da Via Láctea, que contém mais matéria escura. Contudo, contém duas vezes mais estrelas do que a nossa Galáxia, que tem aproximadamente meio trilhão de estrelas.
Dizem que ela colidirá com a Via Láctea, não seria uma satélite. Mas aí teria que ser por mera coincidência de direção de movimento, pois pelos argumentos do texto, a velocidade ... e a pequena massa ... não permitiria uma atração entre Via Láctea e Andrômeda que pudesse forjar este encontro.
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Mais uma informação que corrobora o conteúdo de Anotações 5.
1. As Nuvens de Magalhães estão com velocidade próxima da velocidade de escape da Via Láctea, além de que sua direção de movimento é muito próximo da perpendicular ao disco da nossa galáxia. Os pesquisadores Yang (da Chinese Academy of Sciences) e Hammers (da University of Paris, Diderot), sugeriram que elas teriam sido capturadas após antigo conflito com a galáxia de Andrômeda, gastando de 4 a 8 bilhões de anos até chegarem por aqui.
Os pesquisadores fizeram simulações para entender as posições relativas das Nuvens de Magalhães no passado.
O artigo publicado por eles, bem técnico, pode ser visto em : http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/1010/1010.2748v1.pdf
nota: É, a coisa está ficando cada vez mais intrigante. Mesmo que elas estejam presas ao campo gravitacional da Via Láctea, orbitando-a, alguns comportamentos parecem ser bastante rebeldes !
Há constante referência quanto a composição destas duas galáxias anãs, sugerindo que elas teriam mantido o estado dos primórdios da formação das galáxias no Universo. E parece que sua atividade de produção de estrelas, anteriormente bem lenta, só teria tido aceleração após este contato com Andrômeda (?!) e Via Láctea. Seria um fóssil vivo vagante da pré-história das galáxias !
Uma observação: como a velocidade das Nuvens são próximas da velocidade de Andrômeda, para que elas tenham chegado até nós bem antes de Andrômeda, elas deveriam estar com uma velocidade muito maior. E teriam sofrido uma frenagem com a proximidade e interação com a Via Láctea. Lembremos que elas sofreram muita deformação devido a esta interação, tendo a LMC deformado (ou perdido) sua formação espiral barrada.
Daí, viajo um pouco: A SMC seria um braço arrancado da LMC ? E pergunto, elas passaram perto ou atravessaram nossa galáxia ? Já houve um conflito ente nós e ela(s) ?
Lembro-me de um filme simulação sobre o choque de Andrômeda com Via Láctea mostrando que Andrômeda passaria por dentro de nós, se afastaria e depois voltaria para terminar a integração total. Seria isto que estaria acontecendo com as Nuvens ?
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Crédito: David L. Nidever, et al., NRAO/AUI/NSF e Mellinger, Leiden/Argentine/Estudo Bonn Observatório Parkes, Observatório Westerbork e Observatório Arecibo - http://www.spacetelescope.org/news/heic1314/
Corrente de Magalhães: uma longa faixa de gás que interliga as Nuvens e se estende quase até o outro lado da Via Láctea.
A foto é composta com imagem visível e rádio.
A corrente gasosa é vista em tons cor-de-rosa, as Nuvens em cor branca e Via Láctea em cor azul.
A maioria deste fluxo foi extraído da Pequena Nuvem de Magalhães há cerca de dois mil milhões de anos, com uma parcela menor e mais recente originária da sua vizinha maior.
Há baixa quantidade de oxigênio e enxofre ao longo da maioria da Corrente, aumentando quando perto da Grande Nuvem de Magalhães, e muito semelhante em composição, sugerindo que esta região próxima teria sido recentemente retirado dela.
Todas as galáxias-satélite da Via Láctea perderam a maior parte do seu conteúdo gasoso - à excepção das Nuvens de Magalhães, que por serem mais massivas conseguem segurar estes gases.
1. Bom, esta eu não entendi direito a explicação, mas lá vai:
The Magellanic Stream (MS) might have grown out of tidal interactions at high redshift, when the young galaxies were close together, rather than from later interactions among the Magellanic Clouds and Milky Way.
tradução livre: A Corrente de Magalhães pode ter origem na interação de maré at high redshift, quando as jovens galáxias estavam juntas e bem próximas, em vez de posterior interação entre as Nuvens de Magalhães e a Via Láctea.
2. Toda carta celestes tem opção de alteração do calendário B1950 e J2000. Já li sobre a diferença entre eles, mas confesso que não me lembro direito. Sei que tem algo a ver com o ajuste nas posições dos objetos no céu, que se movem lentamente. Não sei se a informação abaixo sugere uma movimentação real das Nuvens. Em todo caso lá vai:
Reference
Frame
Longitude
Latitude
RA
DEC
Uncertainty Ellipse
(arcsec)
degree
degree
Major
MInor
PA(deg)
Equatorial
(B1950.0)
12.7500
-73.1000
00h51m00s
-73d06.0m
1.80E+02
1.80E+02
0
Equatorial
(J2000.0)
13.1866
-72.8286
00h52m44s
-72d49.7m
1.80E+02
1.80E+02
0
3. Ops ! Tem pesquisadores que chamam a LMC de ladra ! Já vi pelo menos 3 artigos, mas não tinha dado crédito, se referindo ao fato de que várias (milhões), 5 por cento de todas as estrelas da LMC, não orbitam o centro galático, e nem têm composição química compatível com a Nuvem. Indicando que a gravidade da LMC teria roubado (atração gavitacional) estas estrelas. A vítima teria sido a SMC !
4. Em 1987 a LMC nos presenteou com uma supernova nominada de SN 1987A. Devido as características das Nuvens, com pouca metalicidade e muito de hidrogenio e hélio, esta supernova trouxe imagens e ocorrências um pouco diferenciada. Esta informação complementa a constante das Anotações 3. Vamos lá:
a) ocorreu na nebulosa de Tarantula, e teve uma supergigante azul como atora. Antes pensava-se que somente estrelas velhas, já sem combustível, é que sofreriam este tipo de colapso.
b) muito fotogênica, se assemelha a um colar de pérolas, bem atípico para Supernovas:
Alguns imaginam que o anel começou a surgir por volta de 20 mil anos antes da explosão, quando uma outra estrela se fundiu com a supergigante.
Conforme esta estrela espiralava para a superfície da supergigante, parte do material acabou por ser ejetado devido ao aumento da rotação desta supergigante. O que não fica claro é porque este anel se apresenta com glóbulos em pérola, em vez de um anel tipo o de Saturno. Com a explosão, os anéis passaram a brilhar intensamente.
Observação: provavelmente esta supergigante azul entrou em processo de supernova muito semelhante ao processo de uma nova, que rouba ou capta material de uma gigante companheira. O colapso da supergigante azul, incomum e nunca antes testemunhado, teria se dado por excesso de material. Mas diferente de uma nova, as reações termo-nucleares acabaram por explodir, de fato, com a estrela.
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