Grande Nuvem de Magalhães

Postado por jsmoraes jsmoraes
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A galáxia Grande Nuvem de Magalhães, situada na região da constelação de Dourados, possui uma intrigante relação com a Via Láctea e a galáxia Pequena Nuvem de Magalhães, descrita no tópico dedicado a Pequena Nuvem de Magalhães. Para que não haja duplicação de informações sugiro que se leia aquele tópico.

É considerada galáxia de formato irregular, porém há resíduos que sugerem já ter sido uma galáxia barrada. E contém grande número de regiões interessantes, com muita formação estrelar. Fato interessante pois a LMC seria uma galáxia muito antiga, contemporânea ou até mesmo mais antiga que a Via Láctea e Andrômeda, com uma quantidade excessiva de hidrogênio, e com pouca atividade de produção de estrelas durante sua longa existência. Sua inter relação com a Via Láctea parece estar causando perturbações que provocaram a formação destas regiões berçarias.

Abaixo temos uma visão desta galáxia, e a distribuição de seus objetos internos:

Vista Geral - credit: Jason Jennings
Objetos - Credit: European Southern Observatory

Algumas de suas estruturas se encontram na região denominada de Corrente de Magalhães, uma região basicamente composta de hidrogênio interligando a Grande Nuvem com a Pequena Nuvem.

Para uma visão mais detalhada da posição dos objetos na galáxia e proximidades: LMC-full-ESO.jpg

Entre os objetos podemos listar:

O b j e t o s      N G C

NGC Tipo NGC Tipo NGC Tipo NGC Tipo
1651 Aglomerado Globular 1711 Aglomerado Aberto 1712 Aglomerado e Nebulosa 1727 Aglomerado e Nebulosa
1731 Aglomerado e Nebulosa 1737 Aglomerado e Nebulosa 1747 Aglomerado e Nebulosa 1760 Nebulosa Feijão
1761 Aglomerado e Nebulosa 1762 Galaxia 1763 Aglomerado e Nebulosa 1770 Aglomerado e Nebulosa
1783 Aglomerado Globular 1791 Aglomerado Aberto 1806 Aglomerado Globular 1818 Aglomerado Aberto
1820 Aglomerado Aberto 1829 Aglomerado e Nebulosa 1831 Aglomerado Aberto 1837 Aglomerado e Nebulosa
1848 Aglomerado e Nebulosa 1850 Aglomerado e Nebulosa 1856 Aglomerado Aberto 1858 Aglomerado e Nebulosa
1866 Aglomerado Aberto 1869 Aglomerado e Nebulosa 1870 Aglomerado Aberto 1871 Aglomerado e Nebulosa
1876 Aglomerado e Nebulosa 1892 Galaxia 1910 Aglomerado e Nebulosa 1918 Aglomerado e Nebulosa
1934 Aglomerado e Nebulosa 1935 Aglomerado e Nebulosa 1939 Aglomerado Aberto 1944 Aglomerado Aberto
1948 Aglomerado e Nebulosa 1949 Nebulosa Difusa 1966 Aglomerado e Nebulosa 1968 Aglomerado e Nebulosa
1972 Aglomerado Aberto 1978 Aglomerado Globular 1983 Aglomerado e Nebulosa 1994 Aglomerado Aberto
2001 Aglomerado e Nebulosa 2002 Aglomerado Aberto 2011 Aglomerado e Nebulosa 2013 Aglomerado Aberto
2014 Aglomerado e Nebulosa 2015 Aglomerado e Nebulosa 2018 Resíduo SuperNova 2020 Nebulosa Difusa
2027 Aglomerado e Nebulosa 2030 Aglomerado e Nebulosa 2031 Aglomerado Aberto 2032 Cabeça de Dragão
2033 Aglomerado e Nebulosa 2042 Aglomerado e Nebulosa 2070 Nebulosa Tarantula 2080 Aglomerado e Nebulosa
2081 Aglomerado e Nebulosa 2083 Aglomerado e Nebulosa 2085 Aglomerado e Nebulosa 2086 Aglomerado e Nebulosa
2094 Aglomerado Aberto 2095 Aglomerado Aberto 2100 Aglomerado e Nebulosa 2113 Aglomerado e Nebulosa
2117 Aglomerado Aberto 2121 Aglomerado Globular 2133 Aglomerado Globular 2134 Aglomerado Aberto
2137 Aglomerado Aberto 2147 Aglomerado e Nebulosa 2156 Aglomerado Aberto 2157 Aglomerado Aberto
2159 Aglomerado Aberto 2164 Aglomerado Aberto
 

O u t r o s      O b j e t o s

N Tipo N Tipo SL Tipo SN Tipo LH Tipo
11 Remanescentes SN 55 Remanescentes SN 111 1987-A Super Nova 120 - No 70
64 Remanescentes SN 76 Remanescentes SN 186
89 Remanescentes SN 144 Remanescentes SN
185 Remanescentes SN 186 Remanescentes SN
198 Remanescentes SN 200 Remanescentes SN
206 Remanescentes SN

Anotação 1:

Os objetos classificados como N significariam remanescentes de Super Novas. Apesar de SN 1987-A ser a mais famosa, por ter sido estudada com equipamentos mais modernos, a LMC já teria sido palco de várias explosões de estrelas.

Estudos de 2006 utilizando o Spitzer Space Telescope analisou os remanescentes N11L, N44, N49, N206, N63A, and N157B.

Link para o texto: http://adsabs.harvard.edu/abs/2006AJ....132.1877W

N 206 ou Henize 206 estaria associada a NGC 2018

Objetos Registrados:

A imagem possui links para uma visualização mais detalhada.


LMC-map

Anotação 2:

Utilizando do recurso de lentes gravitacionais, foram confirmados a existência de 745 aglomerados, sendo 126 novos objetos, em uma área central da LMC de 5.8 graus quadrados.

http://acta.astrouw.edu.pl/Vol49/n4/pap_49_4_2.pdf

Anotação 3:

O site abaixo possui um grande número de estudos sobre as Nuvens de Magalhães, embora bastante técnicos, é só pedir next ou previous page:

http://articles.adsabs.harvard.edu/full/seri/IAUS./0108//0000035.000.html

Anotação 4:

Referencia: http://www.stsci.edu/~marel/pdfdir/LMC_maysymp03_vdm3.pdf

Três entendimentos diferentes para a presença da Corrente de Magalhães composta somente de gas Hidrogênio neutro, sem estrelas em seu interior.

R. P. van der Marel escreveu
The Magellanic Stream and the Leading Arm represent material that was stripped from the SMC ~ 1:5 Gyr ago. This was the time of the previous perigalactic passage, which coincided with a close encounter between the Clouds. The models successfully reproduce many properties of the Magellanic Stream, including its position, morphology, width variation, and the velocity profile along the Stream. The models also explain the presence of the Leading Arm, and why it is less prominent than the trailing Stream
R. P. van der Marel escreveu
Alternatively, it has been argued that the lack of stars in the Stream may point to important contributions from other physical processes than tidal efects. For example, Moore & Davis (1994) and Mastropietro et al. (2004) suggest that the Stream consists of material which was ram-pressure stripped from the LMC during its last passage through a hot (~ 106 K) ionized halo component of the Milky Way. Another alternative was proposed by Heller & Rohlfs (1994), who suggested that hydrodynamical forces (rather than gravitational/tidal forces) during a recent LMC-SMC interaction are responsible for the existence of the Stream.

Neste estudo LMC e SMC é entendida como que orbitando a Via Láctea. A distribuição da Corrente de Magalhães indicaria este movimento.

E de outra forma, bem mais complexa, analisando as velocidades de deslocamento por efeito doppler e a movimentação no espaço sideral, projetando estes movimentos em gráfico tri-dimensional. Ponto central sendo o centro da Via Láctea, eixo Z a direção do polo norte da Via Lactea. Eixo X a direção do Sol para o centro galático e eixo Y a direção da rotação do Sol na Via Láctea.

A velocidade espacial tridimensional da LMC (e supõe-se identico para SMC) seria:

vLMC = (-56 ± 36, -219 ± 23, 186 ± 3) km/s.