Análise de Coma Residual - Capítulo 2

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Análise de Coma Residual - Capítulo 2

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Finalmente consegui entender e definir um procedimento que amenize as distorções ópticas do meu set de equipamentos.

Pelo menos 3 fatores estão envolvidos:
1. o corretor de coma. Principal responsável pelas distorções. Parte por não poder ter o distanciamento correto para sua melhor performance: DSLR + OAG + roda de filtros causam esta dificuldade. E parte por ele não estar com correção igual para todo o campo. Há uma região em que a coma é menos corrigido. Tal fato é constatado por ter rotação da área distorcida conforme a rotação das lentes do corretor.

2. os espelhos. Pelo menos um deles está produzindo astigmatismo. O que obriga obtenção de foco perfeito para evitar alongamentos.

3. inclinação da câmera. No focalizador, por causa das abraçadeiras internas que empurram a câmera (e até mesmo as oculares) causando uma inclinação que imagino esteja por volta de 3 a 5 graus. Considerando a forma retangular do sensor, isto acontece tanto na vertical quanto horizontal, dependendo de como se está apertando os parafusos. E, no acoplamento das duas partes do OAG. Coisa pequena, talvez não mais que 1 grau.

O procedimento obtido para amenizar as distorções é muito sensível e vulnerável.
Não há como corrigir o erro de correção da coma pelas lentes do corretor. O que se pode fazer é posicionar o conjunto para que a maior distorção fique na área horizontal (maior eixo do retângulo) do sensor. E como o erro é maior em uma determinada área, teremos prejuízo somente em um dos lados.

O astigmatismo também não tem correção adaptada. Precisaria usinar o(s) espelho(s). Mas como dito acima com a obtenção de foco perfeito ele se torna imperceptível. Erros de guiamento causam estragos semelhantes ou maiores.

O acoplamento do OAG pode ser minimizado com atenção e aperto igualitário de seus 3 parafusos.
A posição da câmera guia se torna muito importante, e DSLR não permite muita opção. Eu só tenho duas. E observei que uma delas permite uma montagem mais adequada e ajustada.

O focalizador é problemático. Ajustar a posição da câmera para que fique alinhada com o eixo óptico do telescópio é o fator principal e possível.
Ajustar a posição do anel interno para que os parafusos possam efetuar a pressão sobre o acessório sem empurrar demasiado talvez seja o maior segredo. Posicionar os acessórios fora da área com sulco, embora perigoso de um mau aperto acabar com sua queda, ajuda em muito, pois reduz a folga.

Depois de muitos ensaios e análise da influência de cada um dos fatores envolvidos consegui uma montagem que reduziu significativamente as distorções.
Fico sem muita liberdade para troca de câmeras para DSO e planetárias, já que a boa performance da montagem depende de como se consegue reduzir o desalinhamento com o eixo óptico através de apertos de parafusos. Desapertar e apertar pode acabar por prejudicar a performance. Daí, se conseguiu um bom alinhamento ... não mexe ! Se possível deixe para o resto da vida ! O que na prática não será absolutamente real.

Este ajuste da montagem é o que me deixava intrigado. Pois havia períodos em que as fotos vinham com estrelas perfeitas, e havia períodos que não. Eu sabia que tinha algo a ver com a montagem. Mas não entendia qual era a regra e quais os fatores e componentes que atuavam. Agora, tendo conhecimento, fica mais fácil atuar para obtenção de uma performance aceitável.

nota:
1) pelos diversos testes que fiz verifiquei que a colimação não afetava as distorções localizadas. Pequenos erros de colimação não são visíveis. Daí, todo o trabalho que tive para desmontar, limpar as colas, rotacionar espelhos, colimar, colimar e colimar ... tempo perdido. Trilha e caminho errados. Erro de colimação grotesco causa prejuízo igualitário em todo o campo visual e em toda a periferia. Não causa distorções somente em uma determinada área do campo.

2) a ovalidade (diferente do alongamento causado pelo astigmatismo) tem origem na forçada inclinação da câmera que vinha praticando para reduzir a distorção causada pelas lentes do corretor de coma. Estando a câmera adequadamente alinhada com o eixo óptico do telescópio ela não se apresenta.

Segue uma série de fotos que mostram a diferença do coma residual. NGC 5606 foi feita antes da nova montagem. Utilizei Omega Centauro por ser um aglomerado com muitas estrelas próximas entre si. Distorções acabam por mixa-las. Uma leve melhoria de foco em Omega reduzira a ligeira percepção de alongamento vertical em algumas estrelas, causada pelo astigmatismo.

Imagem com as áreas que foram destacadas para análise e comparação:





Para facilitar a análise do "antes e depois" publico as áreas da NGC e em seguida a do Aglomerado:

Topo esquerdo:





meio esquerdo:





Fundo esquerdo:





Centro fundo:





Fundo direito:





Meio direito:





Topo direito:





Centro Topo:





Conclusão:


Não obtenho imagens perfeitas e redondas das estrelas até porque um newtoniano F/5 apresenta muita coma na periferia. Daí a necessidade do corretor de coma que precisaria estar perfeitamente ajustado na distancia entre ele e o sensor.

Antes do atual ajuste eu tinha absurda distorção de coma no fundo da imagem, e uma forte distorção na lateral direita. Atualmente eu possuo uma forte distorção na lateral direita e entre o centro-topo para topo lado direito, justamente para onde está virado a pouca correção do corretor de coma. Talvez um novo posicionamento das lentes no corretor possa amenizar a distorção centro-topo/topo-direito. É uma área que sempre ficará com prejuízo de qualidade.

As demais distorções devem-se principalmente ao não perfeito distanciamento do corretor de coma. E só aparecerão (ou exigirão correção no Photoshop) quando publicar a imagem em resolução máxima da Canon. Se reduzir o tamanho da imagem para algo entrono de 50%, tipo 2000 pixels de largura ... ficarão quase que desapercebidas.

E como eu digo ... "todo problema tem uma solução. Se um problema não tem solução ... ele não é problema ... é uma situação dada, de fato". Assim que o cambio melhorar... a compra de um novo corretor de coma será prioridade !


GSO 305 mm
NEQ6 Pro - Roda 5 Filtros Manual
Guia: OAG TSOAG9T2 - ASI120MC
Cannon EOS T3 - QHY163M
ASI120MC, DSI-1 Meade e SPC880
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Re: Análise de Coma Residual - Capítulo 2

Faltou incluir um detalhe que me pareceu "pedra fundamental":
O focalizador, que pode não estar perfeitamente perpendicular ao eixo óptico. E veja que não me refiro ao tubo OTA.

Isto inclinaria câmera e seu sensor.

Mudei a posição do focalizador, ficou mais incômodo para ajuste de foco pois os botões ficam virados para a abertura do OTA. Mas percebi que houve uma melhora na ovalidade de periferia.
Não foi uma alteração tecnicamente pensada. Foi no tapa mesmo. Naquela de: vamos ver se dá certo !
E como parece que deu ... assim deixei.

O meu OTA sobre uma montagem equatorial tende à flexão. E sempre haverá algum erro quanto ao eixo óptico. É tentar minimizar o máximo as consequências deste problema.
GSO 305 mm
NEQ6 Pro - Roda 5 Filtros Manual
Guia: OAG TSOAG9T2 - ASI120MC
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